LIÇÃO 05 - JESUS É DEUS
Texto Áureo:
João 1.1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus.
Leitura
Bíblica: João 1.1-4,9-14
Introdução: Porque podemos afirmar que Jesus é Deus? Como já estudamos a doutrina da Trindade Divina, sabemos que Jesus é segundo personagem da Trindade identificado como o Deus Filho. Porém é preciso ir mais longe nessa questão acerca do nosso Senhor principalmente para aqueles que o ignoram, ou leigos no assunto. Vamos iniciar afirmando que Jesus realizou milagres e somente Deus tem o poder de realizar milagres como ressuscitar os mortos, curar doenças e controlar os elementos da natureza. Jesus realizou inúmeros milagres, demonstrando seu poder divino. Jesus também em algumas passagens reivindicou a sua divindade, pois em diversas ocasiões, Jesus se identificou como Deus, usando títulos e atributos divinos. Por exemplo, em João 8:58, ele disse: "Antes que Abraão existisse, eu sou". Essa afirmação ecoa o nome de Deus revelado a Moisés (Êxodo 3:14 E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.) Jesus também recebeu adoração, pois os seus discípulos o adoravam como a Deus, e Ele não os corrigiu. Tomé, um dos apóstolos, exclamou: "Senhor meu e Deus meu!" (João 20:28). Jesus aceitou essa adoração, confirmando sua divindade. Somente Deus pode salvar a humanidade do pecado. A encarnação de Jesus, como Deus feito homem, é o que torna possível a nossa reconciliação com Deus. A ressurreição de Jesus garante a nossa própria ressurreição e vida eterna. A afirmação de que Jesus é Deus é um dos pilares da fé cristã e essa crença nos oferece esperança, direção e propósito em nossas vidas.
1. JESUS É
DEUS A FORÇA CRIADORA POR TRÁZ DE TODAS
AS COISAS.
João 1.1 No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. João 1.2
Ele estava no princípio com Deus. João 1.3 Todas as coisas foram feitas por
intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. João 1.4 A vida
estava nele e a vida era a luz dos homens.
Esse
prólogo do Evangelho de João é um dos textos mais importantes do Novo
Testamento. O Verbo de Deus, que é Cristo revela o Deus invisível. Suas
palavras precederam o ato da criação, mas Cristo era o Verbo ou a expressão de
Deus. O Verbo (em grego, Logos) é mais do que apenas uma palavra; Ele
representa a expressão de Deus, a sabedoria divina e a força criadora por trás
de tudo o que existe. Deus em sua essência é transcendente, ou seja, está além
da nossa compreensão completa. No entanto, através de Jesus Cristo, Deus se
torna visível e compreensível para nós. Jesus é a imagem do Deus invisível
(Hebreus 1.3 O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da
sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da
majestade nas alturas;). Ele nos revela o caráter, o amor, a justiça e a
misericórdia de Deus. Jesus é o Filho eterno de Deus, que se fez homem para nos
reconciliar com o Deus Pai. Ao conhecer Jesus, conhecemos o verdadeiro Deus.
Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Como o Verbo representa a
Palavra de Deus, escrita por homens inspirados pelo Espírito Santo e, tem o
poder de transformar vidas. Através da Palavra, podemos conhecer a vontade de
Deus e experimentar a sua graça. Tudo que existe nos revela algo sobre o grande
Deus criador. Ao contemplar a natureza, podemos vislumbrar a grandeza e a
sabedoria de Deus. Devemos meditar nesta palavra e aprofundar a nossa fé em
Jesus Cristo e buscar conhecer mais sobre o Deus que se revelou através dele. Podemos
afirmar que Jesus é eterno e divino e isso está em consonância com a doutrina
cristológica, que afirma a plena divindade de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Cristo
é o instrumento ou meio pelo qual Deus realiza a obra da criação e da redenção
e, essa afirmação é bíblica e teológica. O prólogo do Evangelho de João (João
1:1-3) afirma que "todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e,
sem ele, nada do que foi feito se fez". Essa afirmação de que o Verbo se
fez carne para que a vida de Deus pudesse ser transmitida a nós é um meio de
explicar o mistério da encarnação, ou seja, a união da natureza divina e humana
em Jesus Cristo. Deus é eterno e transcendente ao tempo e ao espaço. Jesus,
como o Filho eterno de Deus, compartilha dessa eternidade. A criação não foi um
evento isolado no passado, mas é um ato contínuo de Deus. Jesus, como o Verbo,
esteve presente e ativo na criação de todas as coisas. A encarnação é o ponto
central da fé cristã. Através da encarnação, o Deus Filho se fez homem para
revelar seu amor e salvar a humanidade do pecado. A salvação é um presente
gratuito de Deus, obtido pela fé em Jesus Cristo. A encarnação possibilitou a
reconciliação entre Deus e o homem.
2. JESUS É DEUS
QUE SE MANIFESTOU COMO LUZ PARA UM POVO QUE VIVIA EM TREVAS.
João 1.9, a
saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.
A
figura do arauto, que anuncia a chegada do rei, é um símbolo poderoso em muitas
culturas. Ele não apenas anuncia a presença do rei, mas também prepara o
caminho, remove obstáculos e chama o povo a se preparar para a chegada do
monarca. Da mesma forma, João Batista desempenhou um papel fundamental na
preparação para a chegada de Jesus Cristo, o Rei dos reis. Ele: João Batista
proclamou que um mais poderoso do que ele estava por vir, aquele que batizaria
com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3:11). Através de seu ministério de
pregação e batismo, João Batista convocou o povo a se arrepender e a se
preparar para a chegada do reino de Deus. João Batista identificou Jesus como
aquele que tira o pecado do mundo (João 1:29), revelando sua identidade
messiânica. O local do ministério de João Batista, o deserto, é um símbolo de
um lugar árido e inóspito que precisa ser transformado. A preparação do caminho
no deserto representa a necessidade de uma renovação espiritual e moral. O batismo
de João Batista era um símbolo de arrependimento e de uma nova vida em Cristo.
Ele preparava o povo para receber o batismo no Espírito Santo, que seria
concedido por Jesus. A expressão "voz que clama no deserto" (Mateus
3:3), usada para descrever João Batista, ecoa as profecias de Isaías (Isaías
40:3) e anuncia a chegada de um tempo de restauração e salvação. Usando aqui a
analogia do arauto é uma ferramenta valiosa para compreender o papel de João
Batista na história da salvação. Ele foi um precursor essencial, preparando o
caminho para a chegada do Messias e convocando o povo a se preparar para o
reino de Deus. João Batista, por mais importante que fosse seu papel, não era a
fonte da luz espiritual. Ele não era o Messias, mas sim aquele que anunciaria a
chegada do Messias. A missão primordial de João Batista era dar testemunho da
verdadeira luz, que era Jesus Cristo. Ele era como uma estrela da manhã que
anuncia o nascer do sol. Jesus é descrito como a "verdadeira luz".
Essa luz não é apenas física, mas espiritual. Ela ilumina o caminho da
humanidade, revelando a verdade sobre Deus e sobre nós mesmos. Fazendo uma
reflexão mais profunda, afirmamos de que há um testemunho de Jesus no coração
de cada um, uma luz interior, que nos remete à idéia de que Deus se revela de
maneira íntima e pessoal a cada indivíduo. Essa luz interior é a consciência
moral que nos permite discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
O "mundo cego" a que são
aqueles que, por diversas razões, não reconhecem ou rejeitam essa luz interior.
A cegueira espiritual impede que vejam a verdade de Jesus Cristo. Assim como João Batista, somos chamados a dar
testemunho de Jesus. No entanto, nosso testemunho não se limita apenas às
palavras, mas também à nossa vida. A luz interior que habita em nós deve
brilhar para que outros possam vê-la e serem atraídos para Jesus. A idéia de um
testemunho interior nos convida a uma reflexão profunda sobre nossa própria
vida espiritual. Somos chamados não apenas a falar sobre Jesus, mas a vivê-lo
em tudo o que fazemos. Ao permitir que a luz de Cristo brilhe em nós, podemos
ser instrumentos de transformação no mundo.
3. JESUS É
DEUS QUE SE ENCARNOU COMO HOMEM NO MUNDO QUE FOI CRIADO POR ELE.
João 1.10 O
Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o
conheceu. João 1.11 Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. João
1.12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, aos que crêem no seu nome; João 1.13 Os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. João 1.14 E o
Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
Muitas vezes, o Anjo do Senhor é descrito como agindo em nome de
Deus, realizando feitos divinos e até mesmo sendo adorado. Isso sugere uma
íntima ligação entre o Anjo e a divindade, o qual é identificado como o Senhor
Jesus, no seu estado pré-encarnado. Anjo
do Senhor uma prefiguração do Messias, ou seja, uma antecipação da vinda de
Jesus Cristo. Essa perspectiva é reforçada pelas características divinas
atribuídas ao Anjo e por seu papel como libertador e protetor do povo de Deus. A interpretação comum é a de que o Anjo do
Senhor seja uma manifestação pré-encarnada do Filho de Deus, a segunda pessoa
da Trindade. As manifestações
pré-encarnadas de Jesus Cristo encontram respaldo em diversas interpretações
teológicas. Essa visão harmoniza as narrativas do Antigo e do Novo Testamento,
revelando um Deus que se revela de maneira gradual e progressiva ao longo da
história. Após a encarnação, apesar dos milagres, ensinamentos e da própria
ressurreição, muitos rejeitaram Jesus. A cegueira espiritual e os preconceitos
religiosos impediram o reconhecimento da divindade de Cristo. O reconhecimento
foi gradual e quando Jesus inicia a ministrar os seus ensinamentos, começou a
haver fé entre o povo, a qual se espalhou gradualmente, e o número de seus
seguidores cresceu ao longo dos séculos. No entanto, a rejeição e a perseguição
também marcaram a história do cristianismo. A fé em Jesus é um dom de Deus, e a
capacidade de reconhecê-lo como o Filho de Deus é um presente espiritual. Nem
todos estão dispostos a recebê-lo. Porque o mundo não tem dificuldade de
reconhecer o Cristo encarnado? Porque todos são dotados de cegueira espiritual
em decorrência do pecado original, que obscurece a visão espiritual,
dificultando assim, o reconhecimento da verdade divina. Tem os preconceitos
religiosos onde foram notórias as expectativas religiosas do povo judeu, que
não correspondiam à figura de Jesus como o Messias sofredor. O orgulho humano
também é um fator impeditivo que dada a sua
natureza pecaminosa do ser humano leva-o a resistir à autoridade de Deus
e a buscar a própria glória. A fé em Jesus não é fruto de uma demonstração
lógica ou científica, mas de um encontro pessoal com Deus. A natureza de Deus
transcende a nossa compreensão, e a fé envolve um ato de confiança e entrega. A
salvação é um presente gratuito de Deus, e não algo que podemos merecer. Ao afirmarmos que o mundo não reconheceu
Jesus, tanto antes quanto depois de sua encarnação, nos leva a refletir sobre a
natureza da fé, a importância da graça divina e a complexidade da relação entre
o divino e o humano.
Pastor
Adilson Guilhermel