LIÇÃO 05 – MOTIM EM FAMÍLIA
Texto Áureo: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” (Fp 2.14)
Leitura Bíblica em Classe: Números 11.1-7; 12.1-8
Introdução: Quando o cristão sai do propósito da obediência e entra para o propósito da desobediência movido por descontentamento e teimosia, acaba se similarizando com os israelitas no deserto. Todos os motins nessas passagens envolveram o povo e o seu líder. Todo líder, com a chamada divina, é um ungido do Senhor e, é o seu representante junto ao povo que lidera. Moisés quando falava com o Senhor sobre as afrontas que recebia do povo, a resposta que Moisés recebia de Deus era: não é contra você Moisés, mas sim contra mim e como Deus não tem o culpado como inocente, Ele não tardava em aplicar a sua justiça.
1. O MOTIM GERADO POR VÁRIAS QUEIXAS CONTRA O SEU LÍDER.
Números 11.1 – E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do Senhor; porque o Senhor ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial. Números 11.2 – Então o povo clamou a Moisés, e Moisés orou ao Senhor, e o fogo se apagou. Números 11.3 – Pelo que chamou aquele lugar Taberá, porquanto o fogo do Senhor se acendera entre eles.
A longanimidade de Deus é a causa de muitos não serem consumidos, assim foi com Israel em sua peregrinação pelo deserto, quando por várias vezes se insurgiram contra Moisés. Embora Deus tratasse severamente as reclamações desse povo, mesmo assim eles não aprendiam e por várias vezes voltavam a se amotinar contra o seu líder. Dessa vez a ira do Senhor se manifestou mandando fogo que ardeu entre eles, consumindo alguns, na última parte do arraial. Mais uma vez, Moisés teve que interceder junto ao Senhor com súplicas, para aplacar a sua ira. O motivo desta rebelião era pelo fato das várias locomoções pelo deserto, a qual acontecia quando a coluna de nuvem e de fogo se movia e eles tinham que acompanhar. Não estavam gostando disso, pois queriam ficar num lugar mais aprazível sem essas locomoções constantes.
2. O MOTIM GERADO CONTRA O ALIMENTO DIÁRIO DADO POR DEUS.
Números 11.4 – E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: Quem nos dará carne a comer? Números 11.5 - Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. Números 11.6 – Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos. Números 11.7 – E era o maná como semente de coentro, e a sua cor como a cor de bdélio.
Em sequência gerou-se outra murmuração agora em relação ao maná que Deus enviava diariamente para serem alimentados. Quando identifica aqui o vulgo que estava no meio deles, se refere a multidão mista, que na ocasião da libertação de Israel do Egito. Essa multidão era composta de estrangeiros que também foram escravizados por Faraó e aproveitaram para fugir dali se juntando aos israelitas, seguindo com eles na caminhada pelo deserto. Essa multidão mista exercia uma grande influência junto aos hebreus que não vigiavam e acabavam aderindo às murmurações, o que caracterizava um motim contra o seu líder Moisés. Desta vez chegaram a chamar o alimento dado por Deus de vil maná, pois queriam comer carne, lembrando-se da comida do Egito. Rejeitar o alimento dado por Deus com críticas era uma falta grave contra o Senhor. Esse maná era o alimento ideal para mantê-los saudáveis na caminha pelo deserto, o que não seria saudável era o que eles estavam pedindo. Quanto carne Deus atendeu e eles enviando codornizes, a qual eles se empanturraram de comer. Mais adiante eles também começaram por fermento no maná fazendo bolos, o que juntando a carne com o maná fermentado, muitos ficaram fracos e doentes, ficando para trás nas locomoções, virando presa fácil para Amaleque. (Dt 25.18 Como te saiu ao encontro no caminho, e feriu na tua retaguarda todos os fracos que iam atrás de ti, estando tu cansado e afadigado; e não temeu a Deus).
3. O MOTIM GERADO POR DURAS CRITICA CHEIA DE PRECONCEITOS.
Números 12.1 – E falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita, que tomara; porquanto tinha tomado a mulher cuxita. Números 12.2 – E disseram: Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.
Como vemos, a murmuração entre eles era incontrolável, pouco importando a severidade dos castigos impostos por Deus. Dessa vez surge algo inesperado por Moisés, já acostumado com a murmuração do povo, que dessa vez passou para o âmbito familiar. Miriã a profetisa e Arão, o sacerdote, ambos irmã e irmão de Moisés. A primeira crítica contra Moisés foi com relação a sua esposa, uma mulher cusita (etíope) de nome Zípora. A atitude dos dois foi extremamente preconceituosa e ofensiva tanto a Moisés como a sua mulher, embora Deus não se manifestasse contra essa reclamação.
4. O MOTIM GERADO POR QUESTIONAR A LIDERANÇA DE UM UNGIDO.
Números 12.3 - E era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. Números 12.4- E logo o SENHOR disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação. E saíram eles três. Números 12.5 – Então, o SENHOR desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e eles saíram ambos. Números 12.6 – E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei com ele. Números 12.7 – Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Números 12.8 - Boca a boca falo com ele, e de vista, e não por figuras; pois, ele vê a semelhança do Senhor; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés?
A segunda reclamação motivada por uma questão de ciúmes contra Moisés em relação a sua comunhão com Deus. Embora os dois tivessem uma posição de honra e respeito entre o povo, eles não se conformavam somente com isso. O povo viu Miriã entoando uma canção de vitória após a travessia do mar e Arão, que foi designado o porta-voz de Moisés e que posteriormente veio a ser o sacerdote dos israelitas, mas mesmo assim estavam se ressentindo contra Moisés pela sua posição de liderança com o povo e da sua intimidade com Deus, o qual falava com ele face a face. Foi um pecado de ambos questionar a autoridade do seu líder e Deus ouviu isso que eles falaram e se posicionou para tratar com ambos. Deus questionou com justiça Miriã e Arão, por não terem temor de falar contra o seu ungido que foi colocado na posição de liderança. Deus puniu Miriã com lepra por sete dias, isto porque Arão e Miriã confessaram o que fizeram e Moisés intercedeu junto ao Senhor para que sua irmã fosse curada. Motim ou murmuração contra o ungido de Deus, não ficará sem incorrer na sua justiça.
Pastor Adilson Guilhermel